31 de mar. de 2009

Vai pra cima deles Dunga!

No dia da mentira, Dunga tem a chance de escalar uma Seleção ofensiva de verdade.

Na partida desta quarta-feira, contra o Peru, Dunga tem a chance de escalar a Seleção mais ofensiva possível contra o lanterna das Eliminatórias. Isso por que tem em mãos os cinco artilheiros da Era Dunga: Robinho (13), Kaká (10), Luís Fabiano (8), Elano (6) e Ronaldinho Gaúcho (5). Juntos marcaram 42 gols, 57,5% dos 73 marcados com Dunga no comando da Seleção principal. A média da Seleção com o treinador é de quase dois gols por partida (1,97/jogo).

E são os próprios jogadores da Seleção que pedem essa ofensividade.

"Temos que adquirir outra postura. Ir para cima deles. Pressionar lá em cima, não deixar eles respirarem. Temos que mostrar quem manda aqui", diz o meia Júlio Baptista, autor do único gol contra o Equador.

O atacante Robinho, maior artilheiro da Era Dunga é outro que faz coro por uma escalação mais ofensiva, para ele, Kaká e Ronaldinho devem formar a dupla de armadores do Brasil.

"Na Copa das Confederações de 2005, os dois mostraram que podem jogar juntos. Ambos já receberam prêmio de Melhor do Mundo. Kaká e Ronaldinho são muito criativos. O Kaká parte para cima e o Ronaldinho deixa na cara do gol", lembra Robinho.

E é o próprio Kaká, que não jogou contra o Equador por conta de uma lesão, que revela quem é o seu parceiro ideal para o meio-de-campo:
"Eu e o Gaúcho tivemos grandes apresentações juntos. Gosto de citar a Copa das Confederações de 2005, quando jogamos muito bem e fomos campeões".

"A gente é compatível. É só questão de acertar, ver o posicionamento e encaixar a movimentação, pensando no ideal para o time, não para mim e nem para ele", completa o vice-artilheiro da Era Dunga com 10 gols.

Para não sobrecarregar a marcação, Dunga pode escalar Gilberto Silva na posição de primeiro volante, formando o meio-campo com Gilberto Silva, Elano, Kaká e Ronaldinho.

29 de mar. de 2009

A Família Dunga

Por Luiz Mendroni

Em 2002, Felipão ficou famoso mundialmente após ganhar a Copa com o Brasil,o grupo campeão passou a ser chamado de Família Scolari.

Hoje, às 18h, quando a Seleção Brasileira entrar em campo para enfrentar o Equador, em Quito, Dunga já poderá colocar em campo um esboço da equipe que deve fazer a estreia na Copa do Mundo de 2010, a Família Dunga.
Questionado por fazer muitas experiências ao longo dos 36 jogos realizados como técnico da Seleção principal, foram 55 jogadores testados, Dunga agora tem em mãos 15 (68%) dos 22 jogadores que mais atuaram sob seu comando.

E se a convincente vitória no amistoso contra a Itália fez Dunga ficar contente com o desempenho do grupo, o treinador dá outras dicas sobre os motivos que o levam a manter a base da equipe.
- Não temos um longo tempo para treinamento, precisamos ter a parte coletiva, o entrosamento. Não adianta mudar a toda hora -, confirma o treinador, listando outro motivo para não mexer na equipe.

Mas se engana quem pensa que a família já está fechada, prova disso é a convocação do volante Felipe Melo, que jogou pela primeira vez contra a Itália e agradou ao treinador, que ainda está aberto a novas possibilidades, como o zagueiro Miranda, único dos 22 convocados que nunca atuou com Dunga.

- Temos uma base, uma estrutura, depois você muda um ou outro. Tentamos dar seguimento ao trabalho. Quando o time vai bem, não adianta mudar, o atleta acaba perdendo a confiança - ensina Dunga, dando a dica sobre os sucessos recentes da Seleção.

E se o técnico ainda faz alguns testes, um jogador já pode ser considerado o filho preferido da família, é Robinho, que entrou em campo 35 vezes. Só não jogou no amostoso contra Portugal, derrota por 2 a 0 em fevereiro de 2007. O atacante do Manchester City (ING) é também o artilheiro da Era Dunga com 13 gols e homem de confiança do treinador que hoje deve utilizá-lo um pouco mais recuado, organizando as ações ofensivas no meio-de-campo.

Dunga conta com o entrosamento para superar o Equador e os 2.850 metros de Quito, mas como ainda precisa classificar a Seleção e o mundial é só no ano que vem, o treinador ainda tem mais um ano para procurar. E quem sabe não acaba encontrando um Keirrisson ou um Hernanes pelo caminho?

Matéria publicada na edição do LANCE! de 29/03/2009

24 de mar. de 2009

Rotina não faz parte do vocabulário

“Todo dia ela faz tudo sempre igual...”, muito diferente da música de
Chico Buarque, uma das vantagens do jornalismo diário é que a ‘rotina’
de trabalho dura apenas o tempos de uma edição, ou seja, 24 horas.
A cada dia, temos um novo desafio de fazer o melhor jornal possível
para nosso leitor. O principal caminho é fugir da obviedade. Assuntos
como coletivas de imprensa e treinos serão muito explorados por sites
e telejornais esportivos. Nosso leitor merece algo novo, exclusivo, a
cada edição, e é assim que o dia começa.
A reunião de pauta, logo cedo, define os caminhos a seguir, os
enfoques que serão abordados e toda a produção multimídia (jornal,
site, TV e rádio). É nessa reunião que temos a chance de pensar em
algo novo, criativo, que será o diferencial da edição.
Após a reunião da manhã começa a produção. Procurar a melhor foto e a
melhor diagramação é um exercício que de rotineiro não tem nada. Cada
foto proporciona dezenas de possibilidades de layout, achar a melhor
delas é a função principal de um editor de arte.
Com o espelho pronto e todo o jornal ‘riscado’, dá tempo de dar uma
respirada, tomar um café e esperar a hora do fechamento, momento de
maior tensão em qualquer redação.
Se tudo correr bem, 20h30 o jornal está na máquina e se não tiver nada
de importante programado para depois desse horário, o merecido
descanso está garantido, 22h no máximo eu estou em casa.
Mas como disse no começo, a rotina dura apenas 24 horas. No dia
seguinte tem jogo na Globo às 21h45. Todo o horário é ‘empurrado’ para
a frente e a reunião da manhã já não tem tanta importância assim.
Em dia de rodada à noite, o feeling fala mais alto do que o
planejamento, as decisões são tomadas em espaço menor de tempo e o
resultado às vezes não é o melhor possível. Como todo trabalho, o
jornalismo diário também é marcado por momentos de frustração, as
melhores idéias vêm apenas no carro, no caminho de volta para casa.
Tarde demais, agora já não é possível mudar mais nada, uma boa idéia
que vai pelo ralo serve de lição para a rotina do dia seguinte.

22 de mar. de 2009

Eu sou Ronaldo

No livro o Poder do mito, o americano Joseph Campbell tenta explicar a importância dos ídolos na vida das pessoas. Segundo ele, a falta de mitos em uma sociedade pode ser preponderante até para o aumento da violência.

Dentre as coisas que o estudioso diz, chama a atenção para a teoria de que, para ser mito, a pessoa precisa estar muito próxima da humanidade, seja através de seu sofrimento, de suas imperfeições ou de seus erros. Isso faz com que as pessoas vejam nele um pouco delas, pensando na possibilidade de se tornar como o ídolo.

O futebol brasileiro é rico em histórias desse tipo, por isso tem tantos craques, cuja imagem é explorada exaustivamente pelos veículos de comunicação, o que contribui e muito para chegarem ao status de ídolo.

Mas quando escreveu essas teorias, Campbell provavelmente não conhecia Ronaldo Nazário de Lima. O Fenômeno se encaixa perfeitamente em todas elas.

É ídolo desde muito cedo, cativou pela história de sua simpatia e sua infância pobre, foi descoberto muito novo e correu o mundo jogando bola sem deixar de perder a humildade, sabendo muito bem o papel que realizava na sociedade.

Em algum momento desse caminho Ronaldo se perdeu, mas nunca deixou de ser ídolo, jogar futebol sempre foi a principal paixão do craque, que se envolveu em inúmeras confusões, casamentos conturbados, baladas em véspera de jogo até culminar no episódio dos travestis no Rio de Janeiro.

Graças a tudo isso Ronaldo é e sempre será um ídolo, uma espécie de Macunaíma encarnado, o heroi que erra (e como!), que tem todos os defeitos do mundo e mesmo assim é idolatrado. Um gol dele faz barulho até na Austrália.

Para se ter ideia do quanto Ronaldo é querido, basta dizer que outro grande ídolo dos brasileiros, Marcelo D2, fez uma música para ele, que leva o título que está lá em cima.

É isso, ele é Ronaldo, primeiro e único e agora de volta aos gramados, para alegria dos corintianos e de quem gosta de futebol.

Coluna publicada no Diário de Guarulhos de 22 de março de 2009

19 de mar. de 2009

Sobre prefeitos e pilantras

Quanto você pagaria por um livro didático? Só isso? Pense naquele bem
ilustrado, colorido. Quanto? Ainda é pouco... E se ele tivesse capa
dura e verniz?
Se você pensou em trezentos reais, já pode ser Prefeito de Taubaté.
É isso mesmo, a prefeitura da cidade do interior paulista gastou 11
milhões de reais com livros didáticos, 300 reais por cada exemplar.
Com essa grana dava para comprar livros para a metade das crianças da
rede de ensino do estado de São Paulo.
A justificativa é que os livros são os mesmos das escolas
particulares, então vejamos:
Em uma pesquisa rápida por sites de livrarias constatamos que o Grande
Atlas do Corpo Humano - Anatomia, Histologia, Patologias, um dos mais
caros livros usado por alunos universitários de Biologia, custa
‘apenas’ 258 reais.
No Brasil, superfaturar produtos e dar desculpas esfarrapadas virou
rotina. A justiça determinou a suspensão do pagamento dos livros e a
apuração do caso. O povo quer que o prefeito devolva o dinheiro aos
cofres públicos, pouco para um caso tão grave. O curioso é que ninguém
fala em mandar o pilantra para a cadeia.
Roubar dinheiro do estado é tirar a comida da boca dos pobres, negar
uma chance melhor para aqueles que não têm condição, o prefeito de
Taubaté é um Robin Hood às avessas, ele rouba dos pobres para
enriquecer. Crimes como esse deveriam ser considerados ediondos, como
acontece em alguns países orientais.
Na China, um figurão se suicidou por que foi descoberto desviando
dinheiro público. Qual a chance disso acontecer no Brasil, onde a
honra vale tão pouco?
Fizemos o Pan-americano mais caro da história, gastamos com a
construção de equipamentos que são pouco utilizados e até hoje, só
ouvimos elogios. No final, quem paga a conta somos nós e enquanto
alguns comem caviar (argh!) outros pedem esmola para comprar o feijão
com arroz.
Se você não se importa com esse tipo de coisa, as próximas eleições no
ano que vem serão para deputado estadual, federal, senador e
Presidente, boa sorte!

As regras da InternÉTICA

Um professor aceitaria um texto copiado da internet, mesmo que ele seja a expressão exata daquilo que foi pedido?
A resposta para essa pergunta ajuda a compreender por que a desterritorialidade não pode ser aplicada a toda obra publicada na internet, da mesma maneira que nunca existiu em outro veículo de comunicação e por um simples motivo, ela bate de frente com a ética.
Copiando um texto, o aluno deixou de expressar sua opinião para utilizar a de outro. A internet nos proporciona uma facilidade enorme de pesquisa de diferentes conceitos e idéias para determinado assunto. Podemos achar correta uma determinada idéia e é através dela que vamos desenvolver o nosso próprio conceito.
Atualmente nos deparamos com esse grave problema, aceitar o que está na internet como a verdade.
No dia do acidente com o avião da TAM, um famoso site relatou logo após a tragédia que os bombeiros estavam fazendo o resgate das pessoas. O internauta que desligou seu computador não ficou sabendo que morreram 199 pessoas naquele acidente e que não havia a menor chance de alguém ter sobrevivido.
O site, na ânsia de dar a primeira notícia, atropelou o trabalho de apuração e trouxe ao seu leitor uma informação inverídica, que foi corrigida momentos depois, menos para aquele internauta que foi dormir.
Diferente de uma publicação impressa, a internet permite correções e não deixa rastros, uma espécie de escudo para blindar os erros e driblar o bom jornalismo.
Outro exemplo é a Wikipédia. Qualquer pessoa pode abrir um tópico e deixar sua informação como se fosse a verdade. É claro que ninguém deveria usar essa ferramenta em favor próprio ou para maquiar a verdade, mas quem garante que isso não acontece?
Quando o assunto é internet, não podemos generalizar, mas existem outros meios de comprovar se uma informação é verídica. A web nesse caso serve como um meio de pesquisa, o começo do caminho em busca da informação verdadeira e não o fim.