7 de nov. de 2009

Ponto pros PC's

O Brasileirão fica mais emocionante a cada rodada. Cinco equipes disputando a liderança palmo a palmo e o torneio desse ano é mais uma prova de que a aposta nos
pontos corridos deu certo. Nenhum outro campeonato nacional do mundo tem tantas
equipes com possibilidade de título como o nosso. E olha que na virada do milênio a ideia parecia tão absurda quanto adequar o calendário brasileiro ao europeu é atualmente, mas quem vive o futebol sabe que tinha tudo para dar certo. Vejamos os motivos:

No primeiro campeonato, em 1971, eram 20 equipes (coincidência) divididas em dois grupos. Classificaram seis de cada grupo, que foram divididos em três grupos. O primeiro de cada disputou um triangular final, onde o Atlético-MG venceu Botafogo e São Paulo por um a zero e se sagrou campeão.

Em 1979 foram 94 participantes, a primeira fase tinha 80 times divididos em grupos de 10. O modo como se classificaram é tão complicado que eu gastaria horas tentando explicar. Basta dizer que as 44 equipes se juntaram a outros 12 (seis do Rio e seis de São Paulo). Sobraram 56 equipes, (é isso mesmo) que foram divididas em oito grupos, dos quais os dois primeiros avançaram. As 14 equipes se juntaram a Guarani e Palmeiras (campeão e vice em 1978) formando quatro grupos de quatro. Sobraram só os primeiros que fizeram semifinal e final... UFA!!! Internacional campeão!!!

Em 1980 o campeonato ficou mais enxuto. O Flamengo foi o melhor dos 40 clubes da primeira fase, divididos em quatro grupos de 10. Depois viraram apenas 32, 16, semifinal, final...

Em 1997 o Vasco foi campeão após fazer a melhor campanha da primeira fase, um longo
todos contra todos entre 26 equipes. Passaram oito, viraram dois grupos classificando só o primeiro. O Vasco empatou as duas por zero a zero com o Palmeiras e levantou o caneco por ter a melhor campanha.

Quem organizou campeonatos de futebol de botão na infância sabe que não dá para fazer
um bom torneio com número ímpar de equipe. Pois no Brasileirão tivemos 41 times em 1984 e 85; 31 em 1987 e 29 em 2000.

Desde 1971 a fórmula do Brasileirão nunca havia se repetido. Fora as que citei, existiram outros 28 formatos diferentes, cada um mais maluco que o anterior. O planejamento dos clubes era zero e os campeões eram definidos quase que por acaso.

A partir de 2003, começou a Era dos pontos corridos, e a fórmula nunca mais foi diferente. Sucesso de público e de planejamento, a média de público cresce a cada ano e a cada rodada.

A média de público, que foi de pouco mais de 8.000 em 2004, está em quase 17.000 esse ano. E deve crescer com as disputas nos dois cantos da tabela nessa reta final. O torcedor começou a perceber a importância de cada jogo, e está fazendo sua parte.

Por outro lado, os clubes também sabem que não dá para almejar grande coisa sem
planejar. A debandada de jogadores foi menor esse ano, também por conta da crise econômica, que secou o poço na Europa, principal cliente.

O campeonato Brasileiro já é destaque na Fifa e chama a atenção lá fora. Falta agora
adequar nosso calendário ao resto do mundo, última barreira para o chamado profissionalismo do futebol, ao menos no que diz respeito ao nosso principal torneio.

2 de nov. de 2009

Quem quer dinheiro?

É sabido por todos que, em época de decisão, malas albinas viajam por todo o país, desde o tempo em que o futebol aqui chegou. Mas não me venham pedir para concordar, aceitar, ou gostar, com o argumento de que isso não tem nada a ver com sacanagem, que é só mais um incentivo, já que o objetivo sempre é a vitória. Essa eu não engulo. As acusações que começaram após a vitória do Barueri sobre o Flamengo na última quarta-feira ainda vão dar o que falar.

Aliás, se o Barueri começar a receber um ‘por fora’ a cada jogo importante daqui pra frente, podem comprar uma porca maior. Além do São Paulo e do Flamengo, a equipe ainda enfrenta Internacional e Grêmio, que acreditam no título, e Botafogo e Atlético-PR, que lutam para não cair. Afinal, já que é pra esculhambar de vez, por que não ajudar também a derrubar um rival?

Como sinal de que é contra o mimo, a diretoria do Barueri afastou o goleiro René e o atacante Val Baiano. Só não explicou se a punição foi pela grana recebida ou por ter falado que recebeu.

E também não serve de desculpa para a derrota dizer que o adversário recebeu um incentivo. Quer dizer que um título Brasileiro ou uma vaga para a Libertadores valem menos que alguns caraminguás? Quem quer ser campeão que trate de suar a camisa.

Tem ainda um problema mais sério no caso da mala. Sobre esse dinheiro incide algum imposto, alguma tarifação? Ou será que entra na folha do clube como doação a entidade desportiva? O jogador declara no Imposto de Renda?

Mala branca é uma vergonha! Em primeiro lugar para quem paga, ao assumir que não teve capacidade suficiente de atingir seus objetivos com as próprias pernas. Depois para quem recebe, que precisa de ajuda financeira para conseguir uma melhor colocação. E por último para o jogador, que dentro de campo dá um ‘gás’, prova de que poderia ter rendido ainda mais durante a temporada.

Dentro de campo, o Palmeiras reassumiu o favoritismo perdido aplicando uma goleada ilusória sobre o Goiás. Quem viu a partida sabe o sufoco que o Verdão passou até abrir o placar. Os 4 a 0 não refletem, nem de longe, o que foi o jogo, mas servem para dar um ânimo extra aos jogadores nessa reta final de campeonato. E olha que, dessa vez não estou me referindo a mala nenhuma.