
É verdade, vocês têm razão, estou mesmo devendo um texto sobre o nascimento da minha filha, então lá vai...
Logo que a Vanessa disse que estava grávida já passei a me considerar pai. É normal, ficamos todo orgulhoso e ainda serve para fazer uma boa média com a esposa, mas o fato é que é ela quem carrega a criança por nove meses e para nós, pais, resta pouco a fazer, apenas a tarefa de confortá-la nos momentos de dúvida.
Mal sabia eu que existe um lugar e um momento certo em que essa transformação acontece. É na sala do Pré-parto, minutos antes do nascimento que viramos pai de verdade.
Ficamos ali sozinhos, enquanto a esposa vai pra sala de parto ser preparada. Lembro que tinha uma TV e estava passando Do que as mulheres gostam? Bom filme, mas insuficiente para ocupar o espaço de todos os pensamentos que temos nesses 15/20 minutos ali, sozinhos.
Então resolvi pensar no que queria para o futuro da minha Anna Beatriz. Lembrei que quando era pequeno tinha colheres com elefantes desenhados e travesseiros de animais, mas provavelmente só lembro disso por causa das fotos, tenho poucas recordações do tempo em que era tão pequeno.
A primeira coisa que lembro é que ficava ansioso para saber se Bastian e Atreio conseguiriam salvar a princesa menininha toda vez que assistia à História sem fim (e foram muitas), como se o final pudesse mudar. O filme foi o principal responsável por eu gostar de livros. E ai pensei, tenho ele em casa, mas em DVD (sei lá qual será a mídia do momento quando ela conseguir entender o filme).
Depois pensei nos desenhos, músicas e programas de TV da nossa época, coisa para criança, sem violência ou segundas intenções. Será que ela vai gostar tanto do Peter Pan quanto eu?
São muitas dúvidas e poucas certezas, a maior delas é que, para ser feliz, precisamos apenas da família, alguns padrinhos legais e meia-dúzia de amigos inseparáveis, sempre dispostos a lembrar os momentos felizes da infância.
O resto eu seu que a própria vida se encarrega de dar um jeito.
Seja feliz Anna Beatriz, o papai te ama.