21 de jul. de 2009

As capas do LANCE!


Faço capas do LANCE! desde 2000. Na época, estágiario, era responsável pela edição Paraná.

As capas do LANCE! sempre tiveram uma particularidade em relação aos outros jornais esportivos do mundo. Moramos em um Estado em que 4 clubes são importantes e sempre temos que chamar todos na capa.

O Marca faz 'Primeiras' maravilhosas, mas sempre sobre o mesmo assunto: Real Madrid. E assim é no mundo todo.

O ideal é o EUA, cada estado tem só uma equipe de Beisebol, uma de Futebol americano, uma de hockey e uma de basquete (tirando Los Angeles). Deve ser facil fazer capa por lá.

O fato é que me acostumei com a ideia de fazer muitas chamadas, e o desafio de fazê-las sempre mais bonitas só aumenta.

Essa aí de cima é um exemplo para mim, com muitas chamadas e mesmo assim bonita.
É verdade que nem sempre teremos um tema como esse, que casa com um filme, mas o desafio é o mesmo.

Vai ao estádio hoje?

Uma vez escrevi a frase a seguir em uma coluna do LANCE!, provavelmente num final de ano, quando todo mundo está de férias e os espaços ficam vagos:

"Todos os novos projetos são chamados de Arena. O termo estádio agora é considerado pejorativo".

Acho que foram os próprios clubes os causadores disso. Ir ao Morumbi é pagar promessa. O torcedor consegue entrar no estádio depois de encarar a Marginal Tietê e a Pinheiros e comprar ingresso na bilheteria é um herói, não existe prova maior de amor a um clube.

Quando estive no Rio fui até São Januário e pasmem, a situação é pior. As ruas estreitas impedem a chegada e saída do torcedor. Só existem duas bilheterias, ambas do mesmo tamanho, e uma delas foi dedicada à massa pontepretana que invadiu o RJ, uns 40 torcedores no máximo.

Os outros 12 mil se espremeram em cinco ou seis guichês...

Lembro que quando escrevi a coluna recebi alguns e-mails, um deles dizia que a Arena da Baixada não era assim. Nunca entrei lá e estou curioso, será que é por isso que chama Arena?

18 de jul. de 2009

Agora é pra valer!

Com o final da Copa do Brasil e da Libertadores, começou de fato o Brasileirão-09, só agora todos os olhos estarão voltados para o campeonato nacional de clubes mais disputado do mundo.
E foi o Atlético-MG quem se deu melhor nessa pré-fase capenga, onde muitas equipes abriram mão de utilizar suas melhores formações e priorizaram as decisões de outros campeonatos, afinal, o Brasileirão é longo, dá tempo de recuperar depois.
Do outro lado da tabela estão Fluminense, Cruzeiro e São Paulo, três equipes que dispontavam como favoritas ao título e já lutam contra a degola.
Para o Cruzeiro o campeonato só começa agora, depois dá tragédia do Mineirão, a equipe tem tudo para erguer a cabeça e deslanchar.
Situação péssima é a do São Paulo, tricampeão combalido, esperando apenas o soar do gongo que interromperá o massacre. Mas se serve de consolo à torcida, estamos ainda no primeiro round, a luta é longa e há tempo de sobra para o Tricolor conseguir arrumar forças e virar o jogo ou então receber o golpe final e beijar a lona de uma vez. E já tem gente achando que Muricy Ramalho seria o treinador ideal para tirar a equipe dessa situação...

11 de jul. de 2009

Vaga para Fenômeno!

O terceiro gol de Ronaldo contra o Fluminense reabre uma velha discussão: O Fenômeno merece uma vaga na Seleção de Dunga?

Para Felipão, que atualmente está treinando o famoso Bunyodkor, do Uzbequistão, com quatro quilos a menos Ronaldo é nome certo na Seleção que disputa a Copa de 2010.

Se perder os tal quatro quilos, Ronaldo ainda estará mais pesado do que em 2002, quando foi, na minha opinião, o melhor jogador da Copa do Mundo (para a dona Fifa foi o frangueiro alemão Oliver Kahn).

Mas o fato é que o gol que ele marcou contra o Fluminense o credencia à vaga. Juro que pensei em algum atacante brasileiro em atividade que acertaria a bola com tamanha categoria, mas não consigo chegar nem perto de um nome. É verdade que o grupo da Seleção está unido e Ronaldo poderia 'quebrar' esse encanto, mas acho também que o Fenômeno passa por uma nova fase na vida e está disposto a ajudar.

Além disso, tirando a lateral-esquerda, o ataque é a posição mais carente da Seleção de Dunga. Robinho é titular mas não vem bem, Alexandre Pato e Nilmar não convenceram, algumas opções testadas como Vágner Love e Fred não vivem boa fase.

A Seleção só tem Luís Fabiano, que tem feito gols a torto e a direito com a amarelinha. Se tivesse que escolher hoje os quatro nomes para levar à África do Sul, certamente Dunga teria um grande problema para resolver.

Mas como falta pouco menos de uma ano para o Mundial, daria uma chance para o Kléber, atacante do Cruzeiro, e testaria Grafite, que foi artilheiro do campeonato alemão e é adorado pela torcida do Wolfsburg.

Opções no ataque não faltam para Dunga, basta abrir mão de suas convicções e testar novos nomes, ainda dá tempo, e quem sabe sobra vaga para um Fenômeno.

E você, levaria Ronaldo para a África do Sul?

2 de jul. de 2009

Kaká, o herói kareta

A final da Copa das Confederações, foi o dia da coroação de um novo líder na Seleção Brasileira. Chegou a vez de Kaká herdar o posto que já foi de grandes astros do nosso futebol.

O camisa 10 mudou sua postura em campo e começa a mostrar características de liderança dentro do grupo.

Chama a responsabilidade quando a coisa está feia e cobra empenho dos companheiros, bota a bola debaixo do braço com muita personalidade na hora de bater as penalidades e é o primeiro a chegar nas comemoração dos gols, muito diferente do garoto de 2002, que foi ao Oriente para aprender, e também do jovem de 2006, quando dividia a responsabilidade com estrelas maiores, como Ronaldo, Adriano e Gaúcho.

Mesmo assim, muitos brasileiros não têm simpatia pelo meia, criticam sua postura correta e seu modo de ser, como se fazer as coisas direito fosse errado.

Para os mais novos, é só dizer que, se fosse um X-Men, Kaká estaria mais para Ciclope do que para Wolverine, papel este que ficaria melhor para outros craques, como Ronaldo, Adriano e Romário.

Para os que são um pouquinho mais velhos, basta lembrar da infância. O personagem da moda era o Super-Homem, sujeito boa pinta, caráter impecável, alto, forte, características típicas de um herói.

Mas confesso que sempre gostei mais do Batman, sujeito sombrio, polêmico, vivendo à margem entre o certo e o errado. Certa vez, num episódio famoso chamado Asilo Arkan, seu inimigo número um, o Coringa, sugeriu que Batman deveria estar num hospício. "Um cara que anda a noite, mascarado e ainda por cima fantasiado de morcego, só pode ser louco". Será que este perfil é parecido com o de alguns jogadores brasileiros?

Sorte nossa podermos escolher entre tantos heróis diferentes. Mas o fato é que, na luta do bem contra o mal, Kaká faz o papel de boa praça, com carisma e responsabilidade, e dá um exemplo necessário nos dias de hoje, quando muitas crianças ainda estão confusas sobre em quem se espelhar.
O novo craque brasileiro é nota 10 no quesito caráter e ensina a lição na teoria e na prática. Porque Kaká não precisa se esforçar para ser como é.